O relacionamento da Susana com o seu namorado já tinha visto melhores dias e há muito que andava tremido. Juntos há pelo menos quatro anos e sempre apaixonados e inseparáveis era incompreensível o que se estava a passar, nas ultimas semanas, nesta relação. Não se pode dizer que a culpa fosse de Susana, pois sempre tinha feito e continuava a fazer os possíveis para que tudo desse certo. Preocupava-se sempre com ele e com as suas necessidades e era muito boa para ele e sempre o tinha sido desde o primeiro dia. Dava-lhe todo o amor que uma mulher pode dar a um homem. Tinha as refeições sempre prontas a horas e sempre as comidas que ele mais gostava. Nunca o descriminava se ele passava muito tempo fora de casa – mesmo que fosse durante uma noite inteira. Enfim, era a mulher perfeita!
A verdade é que ele nas últimas semanas tinha começado com uns comportamentos estranhos. Andava muito calado e simplesmente não se ouvia um som da sua boca. «Como é que alguém poderia mudar assim do dia para a noite? Como é que alguém tão bom, simpático, fiel e comunicativo, podia ficar assim; silencioso, frio, imperturbável, cruel, de um momento para o outro?», pensaria ela. Eram incompreensíveis estes constantes agastamentos – entrava em casa mudo e saía calado. Sentava-se ao lado dela e simplesmente não abria a boca, nem para ela olhava, fosse na sala enquanto viam televisão, fosse à mesa enquanto comiam.
- Mas o que é que se passa contigo? – insistia Susana. – Porque é que te comportas assim? Comportas-te como se eu não existisse. Mas eu existo! Eu estou aqui e amo-te muito!
Nada! Ele mantinha-se impávido e sereno. Olhava para ela sempre calado, fintava-a por momentos, para de seguida, desviar novamente o olhar. E fazia-o vezes sem conta e sempre com muita naturalidade.
Não era fácil de perceber, como é que Susana conseguia aguentar tudo isto. Quem é que aguenta ter a seu lado alguém que nos trata com absoluta indiferença e constante desprezo? Será que ela teria sido incorrecta com ele de alguma forma? A culpa seria dela?
- Eu compreendo que tu não fales, mas ao menos dá-me um sinal…um sinal qualquer. Algo que me faça acalmar de toda esta ansiedade. Alguma pista para que eu perceba o que te vai na alma – dizia Susana. – O que é que tu queres que eu faça?
Um dia, Susana resolveu tomar uma atitude.
- Olha, sabes que mais? Já chega! – disse. – Isto não vai passar de hoje.
Ela estava decidida a mudar as coisas e não ia ficar parada.
Nessa noite, após tomar um banho quente e agradável, vestiu a camisa de noite mais provocante que tinha e desceu as escadas para a sala – a suite deles ficava no primeiro andar, mas à muito que ele preferia o sofá da sala para dormir à noite – ele estava sentado em frente à lareira. Ela foi na direcção dele e contornou-o, ficando os dois mesmo frente a frente. Pôs-lhe as mãos sobre a cabeça e olhou-o bem nos olhos e foi então que reparou.
- Mas, os teus olhos!? – disse, percebendo algo de errado. – Tu estás doente, não estás? É isso, não é?
Talvez tivesse ali a resposta para todas estas semanas de silêncio e pesadelo. Semanas, em que Susana pensara o pior, pois ninguém fica assim tão indiferente para com a mulher que ama. Ninguém muda assim de um dia para o outro, depois de tantos anos de uma relação absolutamente saudável e cheia de amor, de ternura e principalmente de paixão. Sim, ele só podia estar doente e teria de ser uma doença grave.
- Eu não sei que tipo de doença me tens andado a esconder, mas vamos de imediato ao Dr. Gregório – disse. – Não há um minuto a perder.
Ele não se opôs e nessa mesma noite, seguiram o caminho do hospital.
Chegaram a casa quase de madrugada. Mas agora vinham ambos diferentes; vinham ambos felizes, com um sorriso de orelha a orelha, como se nada se tivesse passado. Mais feliz ainda e radiante, vinha ele, depois de todas as dores que aguentara nestas últimas semanas e sem poder falar e dizer nada. Se há poucas horas, a tristeza imperava naquele lar e no relacionamento dos dois, agora não, a felicidade era predominante.
- Quem diria, ãnh? – disse Susana, passando as mãos pelas orelhas dele e afagando-lhe o pêlo. – Quem diria que um bocado de osso entalado na garganta, poderia causar todo este transtorno!
Ele abanou o rabo de contente, sentou-se de cócoras e coçou as orelhas.
- Vá Bobi, anda para a caminha com a dona.
Ele, todo contente, abanou a cauda novamente e ladrou. Agora sim, já conseguia pronunciar-se.
- Anda vá! Que há duas semanas que não fazemos amor, seu maroto!
Moral da História: Todos diferentes, todos iguais.
Aviso: Não pratiques a “bestialidade”. A não ser que tenhas um animal de estimação extremamente bonito e sensual.
A verdade é que ele nas últimas semanas tinha começado com uns comportamentos estranhos. Andava muito calado e simplesmente não se ouvia um som da sua boca. «Como é que alguém poderia mudar assim do dia para a noite? Como é que alguém tão bom, simpático, fiel e comunicativo, podia ficar assim; silencioso, frio, imperturbável, cruel, de um momento para o outro?», pensaria ela. Eram incompreensíveis estes constantes agastamentos – entrava em casa mudo e saía calado. Sentava-se ao lado dela e simplesmente não abria a boca, nem para ela olhava, fosse na sala enquanto viam televisão, fosse à mesa enquanto comiam.
- Mas o que é que se passa contigo? – insistia Susana. – Porque é que te comportas assim? Comportas-te como se eu não existisse. Mas eu existo! Eu estou aqui e amo-te muito!
Nada! Ele mantinha-se impávido e sereno. Olhava para ela sempre calado, fintava-a por momentos, para de seguida, desviar novamente o olhar. E fazia-o vezes sem conta e sempre com muita naturalidade.
Não era fácil de perceber, como é que Susana conseguia aguentar tudo isto. Quem é que aguenta ter a seu lado alguém que nos trata com absoluta indiferença e constante desprezo? Será que ela teria sido incorrecta com ele de alguma forma? A culpa seria dela?
- Eu compreendo que tu não fales, mas ao menos dá-me um sinal…um sinal qualquer. Algo que me faça acalmar de toda esta ansiedade. Alguma pista para que eu perceba o que te vai na alma – dizia Susana. – O que é que tu queres que eu faça?
Um dia, Susana resolveu tomar uma atitude.
- Olha, sabes que mais? Já chega! – disse. – Isto não vai passar de hoje.
Ela estava decidida a mudar as coisas e não ia ficar parada.
Nessa noite, após tomar um banho quente e agradável, vestiu a camisa de noite mais provocante que tinha e desceu as escadas para a sala – a suite deles ficava no primeiro andar, mas à muito que ele preferia o sofá da sala para dormir à noite – ele estava sentado em frente à lareira. Ela foi na direcção dele e contornou-o, ficando os dois mesmo frente a frente. Pôs-lhe as mãos sobre a cabeça e olhou-o bem nos olhos e foi então que reparou.
- Mas, os teus olhos!? – disse, percebendo algo de errado. – Tu estás doente, não estás? É isso, não é?
Talvez tivesse ali a resposta para todas estas semanas de silêncio e pesadelo. Semanas, em que Susana pensara o pior, pois ninguém fica assim tão indiferente para com a mulher que ama. Ninguém muda assim de um dia para o outro, depois de tantos anos de uma relação absolutamente saudável e cheia de amor, de ternura e principalmente de paixão. Sim, ele só podia estar doente e teria de ser uma doença grave.
- Eu não sei que tipo de doença me tens andado a esconder, mas vamos de imediato ao Dr. Gregório – disse. – Não há um minuto a perder.
Ele não se opôs e nessa mesma noite, seguiram o caminho do hospital.
Chegaram a casa quase de madrugada. Mas agora vinham ambos diferentes; vinham ambos felizes, com um sorriso de orelha a orelha, como se nada se tivesse passado. Mais feliz ainda e radiante, vinha ele, depois de todas as dores que aguentara nestas últimas semanas e sem poder falar e dizer nada. Se há poucas horas, a tristeza imperava naquele lar e no relacionamento dos dois, agora não, a felicidade era predominante.
- Quem diria, ãnh? – disse Susana, passando as mãos pelas orelhas dele e afagando-lhe o pêlo. – Quem diria que um bocado de osso entalado na garganta, poderia causar todo este transtorno!
Ele abanou o rabo de contente, sentou-se de cócoras e coçou as orelhas.
- Vá Bobi, anda para a caminha com a dona.
Ele, todo contente, abanou a cauda novamente e ladrou. Agora sim, já conseguia pronunciar-se.
- Anda vá! Que há duas semanas que não fazemos amor, seu maroto!
Moral da História: Todos diferentes, todos iguais.
Aviso: Não pratiques a “bestialidade”. A não ser que tenhas um animal de estimação extremamente bonito e sensual.