O Comandante Jeremias, era o responsável máximo de toda a área metropolitana de Maputo e ao contrário de todos os outros, que eram negros que nem uma noite sem estrelas, Jeremias – filho de pais negros – era completamente branco. Não, não foi adoptado! Jeremias Bisnaga era albino e sofria de uma grave doença raríssima, doença esta, que andava há muitos anos a ser estudada pela C.S.I. Moçambiqui (Criolina Sociedade de Investigação): a dor de barriga.
Mas Jeremias não era um comandante qualquer. Era um comandante corrupto!
O seu ordenado não era assim tão extenso como se podia pensar e ele, apesar de vir de uma familia pobre e humilde, tinha uma ambição sem limites e uma infindável ganância e sede de poder.
Há muito tempo que Jeremias Bisnaga andava a preparar um golpe em grande e assim, de uma vez por todas, tornar-se milionário, largar o posto que ocupava e concorrer ao cargo que ele mais desejava: presidente de Moçambique.
Como era amigo do industrial mais rico de Africa e arredores, sendo até uma visita assídua na residência dele, o plano maquiavélico, consistia em roubar toda a fortuna deste.
Como a residência do empresário ficava abrangida pelo raio de comando dele, primeiro: iria arranjar um cúmplice dentro da mansão. Segundo: iria mata-lo e forjar um suicídio. Terceiro: roubar-lhe o dinheiro do cofre, e quarto: pôr os investigadores mais burros do departamento e com provas dadas, na investigação do caso.
Depois de ter tudo preparado ao pormenor e escolhido o dia, Jeremias telefonou ao seu amigo.
- Estou, sim? Belmiro?
- Jeremias, pá! Granda cabrão. O que andas a fazer?
- Epá, estava aqui a pensar em ir aí fazer-te uma visita e pôr-mos a conversa em dia.
- E trazes umas gajas?
- Epá, desta vez não. Levo para a próxima.
- Ah, sacana! Também pronto, anda lá então. Fico à tua espera.
- Espera por mim no teu escritorio, que vou levar-te uma surpresa!
- Ah seu malandro! Eu sabia! É Brasileira?
- Depois vês!
Jeremias chegou a casa de Belmiro uma hora depois. À entrada da propriedade, os seguranças da P.M. (Pretos de Maputo), visto já o conhecerem, deixaram-no entrar – de resto – como faziam sempre. Logicamente, Jeremias não foi revistado. Entrou na casa e dirigiu-se ao escritorio que ficava no primeiro andar. Não bateu à porta. Tirou primeiro as luvas que trazia no bolso e vestiu-as, seguida da arma com silenciador (que ninguém sabia da existência) previamente limpa de impressões digitais, e bateu à porta.
- Entre – disse Belmiro.
Jeremias entrou de repente e de arma em punho, avançou sobre a secretaria onde se encontrava o seu amigo completamente assustado e que para ele olhava como que hipnotizado e sem qualquer reacção.
- Não te mexas que eu não te vou fazer mal… – disse Jeremias.
E contornando a secretaria, colocou-se do lado direito de Belmiro. Apontou-lhe a arma à cabeça e do lado direita da mesma, desferiu-lhe um tiro certeiro na têmpora. Com o empresario jazido no chão, tirou o silenciador, pôs a arma na mão direita deste e dirigiu-se imediatamente para o cofre. Entretanto a empregada – que para além de estar combinada com ele, era também sua amante – já tinha entrado no escritório. Trazia com ela uma mala e nessa mesma mala, rapidamente colocaram o silenciador, as luvas e o dinheiro que começaram a tirar do cofre (o codigo já tinha sido descoberto algumas semanas antes por ela, visto ser igualmente, amante do patrão). Posteriormente a empregada saiu do escritorio e dirigiu-se para o seu quarto, onde guardou o saco (mais tarde arranjariam maneira de levar o saco para fora da mansão), descendo rapidamente para a parte de baixo da residencia e no exacto momento em que jeremias começou a gritar.
- Socorro! Acudam-me! Rápido, venham! Ele está morto! O Belmiro Tá Azedo está morto!
Logo de seguida vieram os P.M’s com as armas empunhadas e a apontarem para tudo o que era sítio. A empregada, para disfarçar, entrou no quarto e pôs-se, também ela, a gritar e a chorar.
- Ai minha nossa senhora, que o patrãozinho matou-se.
- Parece ter-se suícidado – observou Jeremias.
Os seguranças – eram quatro – olhavam para ele com um ar impaciente e sem saberem o que fazer.
- Tenham calma – disse Jeremias (os seguranças conheciam-no bem e sabiam que ele era o comandante da polícia) – vou já ligar para os melhores detectives do meu departamento e em cinco minutos eles estão aqui!
(Passaram cinco minutos)
- Com licença, senhor comandante – disseram os dois detectives ao entrar no escritório. – Songo e Mongo apresentam-se ao serviço.
Com eles vieram mais dois agentes da polícia.
Songo e Mongo, pediram a todos para se retirarem e esperarem no salão principal no rés-do-chão, enquanto eles examinavam o local.
Durante dez minutos inspeccionaram o escritório, assim como o morto e rapidamente chegaram à resolução do caso.
Desceram para o salão principal e abordaram todos os presentes, empregados incluídos.
- Senhor comandante, quando entrou no quarto mexeu em alguma coisa? – perguntou Mongo.
Jeremias disse que não e relatou como tudo se havia passado.
- Menina Vanessa (era a empregada), para além do comandante, mais alguém esteve cá em casa hoje? – perguntou Songo.
- Não senhor, mais ninguém!
Songo e Mongo, fecharam o bloco de notas e Mongo dirigiu-se aos dois agentes no salão.
- Senhores agentes, prendam imediatamente o comandante Jeremias!
- O quê?! Como se atrevem? – exclamou irritado. – Com que provas?
- Está-me a querer dizer – perguntou o Songo –, que se eu mandar analisar as suas mãos, não vou encontrar nelas qualquer vestígio de pólvora? Ou se mandar passar a casa a pente fino, não vou encontrar nenhum silenciador e talvez até um saco suspeito com dinheiro?
Jeremias estava perplexo com a perspicacia de Songo e de Mongo.
- Mas com que provas é que voçês afirmam uma coisa dessas? – insistiu Jeremias.
- É muito simples – respondeu Songo. E levando a mão à cara, arrancou a mascara de boracha que lhe ocultava a identidade.
- O quê?! Sherlock Holmes? – exclamou Jeremias completamente extasiado.
Mongo seguiu o mesmo caminho e também ele expôs a sua verdadeira identidade.
- O quê?! Inspector Gadget?
- Exacto, Jeremias Bisnaga! – disse Gadget. – Aquilo jamais podia ter sido um suicídio.
E continuou.
- Primeiro: o senhor Belmiro era bilionario, feliz e a vida e os negocios corriam-lhe bem. Jamais teria algum motivo para se suicídar. Segundo: descobrimos um cofre no escritório e aposto que já esta vazio. Terceiro: o senhor Belmiro, segundo apuramos, era canhoto e todos os objectos em cima da secretaria e a sua disposição assim o confirmam. Ora, acontece que a arma estava junto à sua mão direita, assim como o tiro foi dado precisamente desse lado, no lado direito da cabeça.
- E mais... – continuou Holmes – só um grande grande inimigo do senhor Belmiro o poderia querer matar!
Sherlock aproximou-se de Jeremias e com as mãos, arrancou-lhe também a ele uma mascara.
- O quê?! Joe Berardo? – exclamaram em coro os empregados.
- Sim, só podia ser o senhor, o grande arqui-inímigo do senhor Belmiro! – disse Gadget.
- Fuck you!!! Fuck him and fuck you all!
- Sim, é mesmo ele, não há dúvida! – disse Vanessa.
A empregada Vanessa chegou-se à frente e também ela levou as mãos à cara e mostrou estar igualmente a ocultar uma outra identidade.
- Alfred Hitchcock?! – gritaram todos.
- Corta!
- Não corta nada! – gritou Berardo, que levando as mãos à cara, mostrou a todos quem ele realmente era.
- Aaaaah!!! – disseram todos. – O Samora Machel!
- O ex-presidente de Moçambique e assassino de milhares de pessoas e mulheres e crianças!!! - exclamou Hitchcock.
- Eh pá! Isso também de estar a rotular as pessoas assim! Matei algumas centenas, vá lá, e mulheres e crianças foram muito poucas, mesmo...mas atenção, eram todos caucasianos ãnh?!
- Então e agora? - perguntou o Toy, que estava ali de passagem.
- Agora está tudo preso! E brevemente…tudo morto!
Moral da Historia: Nem tudo é o que parece.
Mas Jeremias não era um comandante qualquer. Era um comandante corrupto!
O seu ordenado não era assim tão extenso como se podia pensar e ele, apesar de vir de uma familia pobre e humilde, tinha uma ambição sem limites e uma infindável ganância e sede de poder.
Há muito tempo que Jeremias Bisnaga andava a preparar um golpe em grande e assim, de uma vez por todas, tornar-se milionário, largar o posto que ocupava e concorrer ao cargo que ele mais desejava: presidente de Moçambique.
Como era amigo do industrial mais rico de Africa e arredores, sendo até uma visita assídua na residência dele, o plano maquiavélico, consistia em roubar toda a fortuna deste.
Como a residência do empresário ficava abrangida pelo raio de comando dele, primeiro: iria arranjar um cúmplice dentro da mansão. Segundo: iria mata-lo e forjar um suicídio. Terceiro: roubar-lhe o dinheiro do cofre, e quarto: pôr os investigadores mais burros do departamento e com provas dadas, na investigação do caso.
Depois de ter tudo preparado ao pormenor e escolhido o dia, Jeremias telefonou ao seu amigo.
- Estou, sim? Belmiro?
- Jeremias, pá! Granda cabrão. O que andas a fazer?
- Epá, estava aqui a pensar em ir aí fazer-te uma visita e pôr-mos a conversa em dia.
- E trazes umas gajas?
- Epá, desta vez não. Levo para a próxima.
- Ah, sacana! Também pronto, anda lá então. Fico à tua espera.
- Espera por mim no teu escritorio, que vou levar-te uma surpresa!
- Ah seu malandro! Eu sabia! É Brasileira?
- Depois vês!
Jeremias chegou a casa de Belmiro uma hora depois. À entrada da propriedade, os seguranças da P.M. (Pretos de Maputo), visto já o conhecerem, deixaram-no entrar – de resto – como faziam sempre. Logicamente, Jeremias não foi revistado. Entrou na casa e dirigiu-se ao escritorio que ficava no primeiro andar. Não bateu à porta. Tirou primeiro as luvas que trazia no bolso e vestiu-as, seguida da arma com silenciador (que ninguém sabia da existência) previamente limpa de impressões digitais, e bateu à porta.
- Entre – disse Belmiro.
Jeremias entrou de repente e de arma em punho, avançou sobre a secretaria onde se encontrava o seu amigo completamente assustado e que para ele olhava como que hipnotizado e sem qualquer reacção.
- Não te mexas que eu não te vou fazer mal… – disse Jeremias.
E contornando a secretaria, colocou-se do lado direito de Belmiro. Apontou-lhe a arma à cabeça e do lado direita da mesma, desferiu-lhe um tiro certeiro na têmpora. Com o empresario jazido no chão, tirou o silenciador, pôs a arma na mão direita deste e dirigiu-se imediatamente para o cofre. Entretanto a empregada – que para além de estar combinada com ele, era também sua amante – já tinha entrado no escritório. Trazia com ela uma mala e nessa mesma mala, rapidamente colocaram o silenciador, as luvas e o dinheiro que começaram a tirar do cofre (o codigo já tinha sido descoberto algumas semanas antes por ela, visto ser igualmente, amante do patrão). Posteriormente a empregada saiu do escritorio e dirigiu-se para o seu quarto, onde guardou o saco (mais tarde arranjariam maneira de levar o saco para fora da mansão), descendo rapidamente para a parte de baixo da residencia e no exacto momento em que jeremias começou a gritar.
- Socorro! Acudam-me! Rápido, venham! Ele está morto! O Belmiro Tá Azedo está morto!
Logo de seguida vieram os P.M’s com as armas empunhadas e a apontarem para tudo o que era sítio. A empregada, para disfarçar, entrou no quarto e pôs-se, também ela, a gritar e a chorar.
- Ai minha nossa senhora, que o patrãozinho matou-se.
- Parece ter-se suícidado – observou Jeremias.
Os seguranças – eram quatro – olhavam para ele com um ar impaciente e sem saberem o que fazer.
- Tenham calma – disse Jeremias (os seguranças conheciam-no bem e sabiam que ele era o comandante da polícia) – vou já ligar para os melhores detectives do meu departamento e em cinco minutos eles estão aqui!
(Passaram cinco minutos)
- Com licença, senhor comandante – disseram os dois detectives ao entrar no escritório. – Songo e Mongo apresentam-se ao serviço.
Com eles vieram mais dois agentes da polícia.
Songo e Mongo, pediram a todos para se retirarem e esperarem no salão principal no rés-do-chão, enquanto eles examinavam o local.
Durante dez minutos inspeccionaram o escritório, assim como o morto e rapidamente chegaram à resolução do caso.
Desceram para o salão principal e abordaram todos os presentes, empregados incluídos.
- Senhor comandante, quando entrou no quarto mexeu em alguma coisa? – perguntou Mongo.
Jeremias disse que não e relatou como tudo se havia passado.
- Menina Vanessa (era a empregada), para além do comandante, mais alguém esteve cá em casa hoje? – perguntou Songo.
- Não senhor, mais ninguém!
Songo e Mongo, fecharam o bloco de notas e Mongo dirigiu-se aos dois agentes no salão.
- Senhores agentes, prendam imediatamente o comandante Jeremias!
- O quê?! Como se atrevem? – exclamou irritado. – Com que provas?
- Está-me a querer dizer – perguntou o Songo –, que se eu mandar analisar as suas mãos, não vou encontrar nelas qualquer vestígio de pólvora? Ou se mandar passar a casa a pente fino, não vou encontrar nenhum silenciador e talvez até um saco suspeito com dinheiro?
Jeremias estava perplexo com a perspicacia de Songo e de Mongo.
- Mas com que provas é que voçês afirmam uma coisa dessas? – insistiu Jeremias.
- É muito simples – respondeu Songo. E levando a mão à cara, arrancou a mascara de boracha que lhe ocultava a identidade.
- O quê?! Sherlock Holmes? – exclamou Jeremias completamente extasiado.
Mongo seguiu o mesmo caminho e também ele expôs a sua verdadeira identidade.
- O quê?! Inspector Gadget?
- Exacto, Jeremias Bisnaga! – disse Gadget. – Aquilo jamais podia ter sido um suicídio.
E continuou.
- Primeiro: o senhor Belmiro era bilionario, feliz e a vida e os negocios corriam-lhe bem. Jamais teria algum motivo para se suicídar. Segundo: descobrimos um cofre no escritório e aposto que já esta vazio. Terceiro: o senhor Belmiro, segundo apuramos, era canhoto e todos os objectos em cima da secretaria e a sua disposição assim o confirmam. Ora, acontece que a arma estava junto à sua mão direita, assim como o tiro foi dado precisamente desse lado, no lado direito da cabeça.
- E mais... – continuou Holmes – só um grande grande inimigo do senhor Belmiro o poderia querer matar!
Sherlock aproximou-se de Jeremias e com as mãos, arrancou-lhe também a ele uma mascara.
- O quê?! Joe Berardo? – exclamaram em coro os empregados.
- Sim, só podia ser o senhor, o grande arqui-inímigo do senhor Belmiro! – disse Gadget.
- Fuck you!!! Fuck him and fuck you all!
- Sim, é mesmo ele, não há dúvida! – disse Vanessa.
A empregada Vanessa chegou-se à frente e também ela levou as mãos à cara e mostrou estar igualmente a ocultar uma outra identidade.
- Alfred Hitchcock?! – gritaram todos.
- Corta!
- Não corta nada! – gritou Berardo, que levando as mãos à cara, mostrou a todos quem ele realmente era.
- Aaaaah!!! – disseram todos. – O Samora Machel!
- O ex-presidente de Moçambique e assassino de milhares de pessoas e mulheres e crianças!!! - exclamou Hitchcock.
- Eh pá! Isso também de estar a rotular as pessoas assim! Matei algumas centenas, vá lá, e mulheres e crianças foram muito poucas, mesmo...mas atenção, eram todos caucasianos ãnh?!
- Então e agora? - perguntou o Toy, que estava ali de passagem.
- Agora está tudo preso! E brevemente…tudo morto!
Moral da Historia: Nem tudo é o que parece.