- Osama? Osama? ‘tás a ouvir? – insistia a mãe. – Osama Big Bang?
- ‘Tou aqui mamã, na casa de banho.
- E o que é que estas a fazer aí à uma hora?
- A fazer a barba mamã...
- Não tens vergonha, com cinco anos e já fazes a barba?!
Mas já não obteve resposta.
O pequeno Osama Big Bang é filho do famosíssimo e já falecido Osama Big Jump – famoso, porque de todos os kamikase do bairro, ele foi o que conseguiu dar o salto mais alto depois de rebentar.
Os Bigs são uma família tipicamente Muçulmana – mais propriamente do Irão – e vivem na bela cidade de Alrebentaí. Em toda a cidade, não há família mais famosa do que os Bigs. As suas aventuras estão espalhadas – literalmente – por toda a história, outras pela cidade, outras pelas árvores, outras ainda pelos passeios e valetas, etc. – há até uma história engraçada de um homem, que diz ter encontrado uma unha do dedo do pé do pai do pequeno Osama B. Bang, espetada algures numa melancia à porta de uma mercearia.
Da família propriamente dita, só restam mesmo o Pequeno Osama e a mãe. Todos os outros já estão, felizmente, no paraíso, em orgias contínuas com as virgens prometidas – o pai: Osama Big Jump, o irmão mais velho: Osama Big Plane, o do meio: Osama Big Tower, e o mais novo (depois do Bang): Osama Big Shit.
- Então Bang, isso demora muito? – Perguntou a mãe – A sopa já está a ficar fria.
- ‘Tou a ir mamã – respondeu o pequenote já a caminho da sala de jantar.
- Vá filho, senta-te e come a sopa toda, para ficares grande e cresceres forte. Assim quando fores mais velho e quiseres rebentar, vais rebentar melhor e com mais força...e vais poder matar mais gente!
- Isto é ciência mamã – explicou Bang –, não tem a ver com o físico. É físico mas, físico-químico e a gravidade faz o resto.
A mãe esboçou um sorriso. Como ela se orgulhava da inteligência do seu pequenote.
- Tenho a certeza de que ainda vais ser mais famoso do que o teu pai e irmãos! – disse a mãe Madonna. – Tenho um pressentimento de que quando rebentares, vais rebentar como nunca ninguém rebentou antes!
- Obrigado mamã. Gosto muito de ti!
- Alá será grande; para ti não “Irão” haver setenta e duas virgens, mas umas cem...ou mais!
Bang retraíu-se por um bocado e pareceu ficar um pouco distante de todo aquele ambiente efusivo que se tinha criado, e meio pensativo, continuou a comer a sopa.
A mãe – Madona Al jazira Tapada – percebeu que algo não estava bem.
- O que se passa meu filho?
- Sabes mãe...
- Diz meu filho! Podes dizer. Podes confiar na mamã!
- Bem...é que eu não gosto assim tanto de meninas...sabes, eu...eu sou mais adepto das pilinhas...
A mãe vacilou por momentos, mas rapidamente se recompôs.
- Ora essa, meu filho! De certeza de que, quando chegares ao céu, também terás lá muitos homens virgens à tua espera! Alá é justo! – disse. – De certeza, filho. E todos nus e com uma grande erecção, só para ti!
- Sério mãe! Uau! És a melhor mãe do mundo!
(Passaram-se trinta anos.)
Osama tinha-se feito um homem. Através do estatuto de que a sua família gozava na região, tinha subido a pulso na hierarquia terrorista e já era um líder inato, chefiando agora um grupo terrorista nos arredores de Alrebentaí.
- Chefe Osama!
- Diz Zé Tó (um Português naturalizado Iraniano).
- Ouvi dizer que tinha aí qualquer coisa p’ra mim.
- Deveras – disse Osama. – Olha, toma estes dois quilos de dinamite e vai ali à rua do coreto explodir com uma Sinagoga que lá está!
- Uma Sinagoga aqui? No Irão?! – perguntou Zé Tó.
- Sim! Foi uma família de judeus que se mudou p’ra cá a semana passada!
- Então mas os suicidas não somos nós, chefe?
- Épa, segundo o nosso espião no terreno, parece que tiveram uma avaria no G.P.S. ou lá o que foi! Estão aqui, mas pensam que estão algures em Israel.
- Então e numa semana não repararam de que algo estava mal? E como é que conseguiram a aprovação para a construção de uma Sinagoga em pleno país muçulmano?
- Épa, sei lá! Já chega de perguntas! Por acaso sou eu que estou a escrever a história?
Um amigo de Bang tinha um prédio para implodir, mas como saía caro uma implosão, este tinha pedido a ajuda do seu amigo.
- Al Brazuca (um Brasileiro de Minas Gerais, que tinha ido de férias para o Irão e acabara por lá ficar, convertendo-se ao Islão), quem é que temos aí para rebentar?
- Neste momento ninguém, chefinho.
- Que chatice, pá!
- Quer qui vá lá eu num estantinho, chefinho?
- Não, deixa estar que tu fazes-me falta aqui. Vai antes ali ao centro da cidade, ao gabinete de apoio ao suicida e vê lá se eles têm alguém que ande a pensar em matar-se. Senão, tens também ali perto uma clínica de psicólogos. Chegas lá, à sala de espera e facilmente recrutas alguém.
- Dêxa comigo pátrãozinho.
- Não te esqueças de lhes prometer o paraíso! Promete-lhes ainda, quatro virgens, uma boneca insuflável e três frangos assados.
Bang sentia-se um homem realizado. Encostou-se na cadeira no seu gabinete e deixou-se deslizar ligeiramente para baixo e pondo as mãos sobre a nuca, olhou demoradamente para todas as fotografias espalhadas pela parede; ali estavam expostos todos os inimigos a abater. Examinou um a um e pensou naquele que lhe daria mais prazer matar. E se numa “montra” policial estariam os mais perigosos bandidos, ali, alinhavam-se por ordem de importância, os homens mais influentes no mundo: um Barack Obama; uma Angela Merckl; um Gordon Brown; o Toy e mesmo o Topo Gigio, entre outras ilustres personagens.
Estava Osama Big Bang embrenhado nos seus incessantes pensamentos quando, nisto, toca o telefone.
- ‘Tou sim?
- Está lá, Bang?
- É o próprio.
- ‘Tá tudo?
- ‘Tá tudo o quê?
- ‘Tás bom, pá?
- Quem fala? – insistiu Bang, já a ficar um pouco irritado. – És tu, kadhafi? (Kadhafi era muito amigo de pregar partidas.)
- Não pá, é o Batatinha. Da Batasuna, pá!
- Mas, o que é que vocês querem de mim? – perguntou Bang intrigado e cada vez mais irritado.
- Épa, é muito simples…o chefe dos Batasuna, o Batatoon, tem em vista um atentado em grande…
- Então?
- É mais um genocídio. Como nós só explodimos matéria-prima e tentamos poupar os humanos e vocês matam praticamente tudo o que respira, achámos que para uma matança como esta, que estamos a preparar em larga escala, vocês seriam o ideal.
- E do que se trata?
- Bem, o plano consiste em um gajo levar uma bomba nuclear à cintura, mas uma de menor potência e entrar no estádio da Luz em pleno Benfica-Sporting e explodir com aquela malta toda!
Os olhos de Bang arregalaram-se. Ali estava a oportunidade pela qual ele tanto esperara – matar milhares de pessoas de uma só vez e ficar conhecido como o maior Kamikaze de todos os tempos.
- Ok, vou lá eu! Pode ser?
- Claro que sim, qualquer terrorista morto, é um bom terrorista – disse Batatinha, pondo-se de seguida a fazer palhaçadas do lado de lá da linha.
Depois de ser explicado a Bang todos os pormenores da missão, os passos a seguir, o local de encontro, a entrega do material e o dia para a tão desejada matança, ele desligou o telefone e sem dizer nada a ninguém, no maior sigilo, abandonou o seu escritório. Estava à porta o dia mais importante da sua vida e melhor – da família Big.
O dia vinte e três de Maio de 2023 fica para a história, como o dia em que Osama Big Bang passou a ficar conhecido por Osama Big da Costa, em homenagem ao presidente, entretanto falecido, do grande rival dos clubes nesta data aniquilados. Deve-se dizer, que esta data não vai ficar registada na história, tal o pouco significado que estas duas identidades desportivas tinham para a sociedade em geral.
- Onde é que eu estou? – perguntou assustado Osama Big da Costa. – Então, mas isto parece-me o inferno!? E o paraíso? E os gajos virgens?
- Virgens? Quais virgens? – perguntou o Diabo, entretanto chegado. – Então, matas mulheres, matas crianças e ainda queres o paraíso e gajos a estrear só pra ti? Virgem espero que sejas tu do recto! Olha, vai andando para o quarto e põe-te a jeito, que eu já lá vou ter contigo! Primeiro, tenho aqui o teu homónimo, também “da Costa”, mas este é Pinto e está primeiro que tu!
Moral da História: Acima de tudo, deve haver “fair-play”.
- ‘Tou aqui mamã, na casa de banho.
- E o que é que estas a fazer aí à uma hora?
- A fazer a barba mamã...
- Não tens vergonha, com cinco anos e já fazes a barba?!
Mas já não obteve resposta.
O pequeno Osama Big Bang é filho do famosíssimo e já falecido Osama Big Jump – famoso, porque de todos os kamikase do bairro, ele foi o que conseguiu dar o salto mais alto depois de rebentar.
Os Bigs são uma família tipicamente Muçulmana – mais propriamente do Irão – e vivem na bela cidade de Alrebentaí. Em toda a cidade, não há família mais famosa do que os Bigs. As suas aventuras estão espalhadas – literalmente – por toda a história, outras pela cidade, outras pelas árvores, outras ainda pelos passeios e valetas, etc. – há até uma história engraçada de um homem, que diz ter encontrado uma unha do dedo do pé do pai do pequeno Osama B. Bang, espetada algures numa melancia à porta de uma mercearia.
Da família propriamente dita, só restam mesmo o Pequeno Osama e a mãe. Todos os outros já estão, felizmente, no paraíso, em orgias contínuas com as virgens prometidas – o pai: Osama Big Jump, o irmão mais velho: Osama Big Plane, o do meio: Osama Big Tower, e o mais novo (depois do Bang): Osama Big Shit.
- Então Bang, isso demora muito? – Perguntou a mãe – A sopa já está a ficar fria.
- ‘Tou a ir mamã – respondeu o pequenote já a caminho da sala de jantar.
- Vá filho, senta-te e come a sopa toda, para ficares grande e cresceres forte. Assim quando fores mais velho e quiseres rebentar, vais rebentar melhor e com mais força...e vais poder matar mais gente!
- Isto é ciência mamã – explicou Bang –, não tem a ver com o físico. É físico mas, físico-químico e a gravidade faz o resto.
A mãe esboçou um sorriso. Como ela se orgulhava da inteligência do seu pequenote.
- Tenho a certeza de que ainda vais ser mais famoso do que o teu pai e irmãos! – disse a mãe Madonna. – Tenho um pressentimento de que quando rebentares, vais rebentar como nunca ninguém rebentou antes!
- Obrigado mamã. Gosto muito de ti!
- Alá será grande; para ti não “Irão” haver setenta e duas virgens, mas umas cem...ou mais!
Bang retraíu-se por um bocado e pareceu ficar um pouco distante de todo aquele ambiente efusivo que se tinha criado, e meio pensativo, continuou a comer a sopa.
A mãe – Madona Al jazira Tapada – percebeu que algo não estava bem.
- O que se passa meu filho?
- Sabes mãe...
- Diz meu filho! Podes dizer. Podes confiar na mamã!
- Bem...é que eu não gosto assim tanto de meninas...sabes, eu...eu sou mais adepto das pilinhas...
A mãe vacilou por momentos, mas rapidamente se recompôs.
- Ora essa, meu filho! De certeza de que, quando chegares ao céu, também terás lá muitos homens virgens à tua espera! Alá é justo! – disse. – De certeza, filho. E todos nus e com uma grande erecção, só para ti!
- Sério mãe! Uau! És a melhor mãe do mundo!
(Passaram-se trinta anos.)
Osama tinha-se feito um homem. Através do estatuto de que a sua família gozava na região, tinha subido a pulso na hierarquia terrorista e já era um líder inato, chefiando agora um grupo terrorista nos arredores de Alrebentaí.
- Chefe Osama!
- Diz Zé Tó (um Português naturalizado Iraniano).
- Ouvi dizer que tinha aí qualquer coisa p’ra mim.
- Deveras – disse Osama. – Olha, toma estes dois quilos de dinamite e vai ali à rua do coreto explodir com uma Sinagoga que lá está!
- Uma Sinagoga aqui? No Irão?! – perguntou Zé Tó.
- Sim! Foi uma família de judeus que se mudou p’ra cá a semana passada!
- Então mas os suicidas não somos nós, chefe?
- Épa, segundo o nosso espião no terreno, parece que tiveram uma avaria no G.P.S. ou lá o que foi! Estão aqui, mas pensam que estão algures em Israel.
- Então e numa semana não repararam de que algo estava mal? E como é que conseguiram a aprovação para a construção de uma Sinagoga em pleno país muçulmano?
- Épa, sei lá! Já chega de perguntas! Por acaso sou eu que estou a escrever a história?
Um amigo de Bang tinha um prédio para implodir, mas como saía caro uma implosão, este tinha pedido a ajuda do seu amigo.
- Al Brazuca (um Brasileiro de Minas Gerais, que tinha ido de férias para o Irão e acabara por lá ficar, convertendo-se ao Islão), quem é que temos aí para rebentar?
- Neste momento ninguém, chefinho.
- Que chatice, pá!
- Quer qui vá lá eu num estantinho, chefinho?
- Não, deixa estar que tu fazes-me falta aqui. Vai antes ali ao centro da cidade, ao gabinete de apoio ao suicida e vê lá se eles têm alguém que ande a pensar em matar-se. Senão, tens também ali perto uma clínica de psicólogos. Chegas lá, à sala de espera e facilmente recrutas alguém.
- Dêxa comigo pátrãozinho.
- Não te esqueças de lhes prometer o paraíso! Promete-lhes ainda, quatro virgens, uma boneca insuflável e três frangos assados.
Bang sentia-se um homem realizado. Encostou-se na cadeira no seu gabinete e deixou-se deslizar ligeiramente para baixo e pondo as mãos sobre a nuca, olhou demoradamente para todas as fotografias espalhadas pela parede; ali estavam expostos todos os inimigos a abater. Examinou um a um e pensou naquele que lhe daria mais prazer matar. E se numa “montra” policial estariam os mais perigosos bandidos, ali, alinhavam-se por ordem de importância, os homens mais influentes no mundo: um Barack Obama; uma Angela Merckl; um Gordon Brown; o Toy e mesmo o Topo Gigio, entre outras ilustres personagens.
Estava Osama Big Bang embrenhado nos seus incessantes pensamentos quando, nisto, toca o telefone.
- ‘Tou sim?
- Está lá, Bang?
- É o próprio.
- ‘Tá tudo?
- ‘Tá tudo o quê?
- ‘Tás bom, pá?
- Quem fala? – insistiu Bang, já a ficar um pouco irritado. – És tu, kadhafi? (Kadhafi era muito amigo de pregar partidas.)
- Não pá, é o Batatinha. Da Batasuna, pá!
- Mas, o que é que vocês querem de mim? – perguntou Bang intrigado e cada vez mais irritado.
- Épa, é muito simples…o chefe dos Batasuna, o Batatoon, tem em vista um atentado em grande…
- Então?
- É mais um genocídio. Como nós só explodimos matéria-prima e tentamos poupar os humanos e vocês matam praticamente tudo o que respira, achámos que para uma matança como esta, que estamos a preparar em larga escala, vocês seriam o ideal.
- E do que se trata?
- Bem, o plano consiste em um gajo levar uma bomba nuclear à cintura, mas uma de menor potência e entrar no estádio da Luz em pleno Benfica-Sporting e explodir com aquela malta toda!
Os olhos de Bang arregalaram-se. Ali estava a oportunidade pela qual ele tanto esperara – matar milhares de pessoas de uma só vez e ficar conhecido como o maior Kamikaze de todos os tempos.
- Ok, vou lá eu! Pode ser?
- Claro que sim, qualquer terrorista morto, é um bom terrorista – disse Batatinha, pondo-se de seguida a fazer palhaçadas do lado de lá da linha.
Depois de ser explicado a Bang todos os pormenores da missão, os passos a seguir, o local de encontro, a entrega do material e o dia para a tão desejada matança, ele desligou o telefone e sem dizer nada a ninguém, no maior sigilo, abandonou o seu escritório. Estava à porta o dia mais importante da sua vida e melhor – da família Big.
O dia vinte e três de Maio de 2023 fica para a história, como o dia em que Osama Big Bang passou a ficar conhecido por Osama Big da Costa, em homenagem ao presidente, entretanto falecido, do grande rival dos clubes nesta data aniquilados. Deve-se dizer, que esta data não vai ficar registada na história, tal o pouco significado que estas duas identidades desportivas tinham para a sociedade em geral.
- Onde é que eu estou? – perguntou assustado Osama Big da Costa. – Então, mas isto parece-me o inferno!? E o paraíso? E os gajos virgens?
- Virgens? Quais virgens? – perguntou o Diabo, entretanto chegado. – Então, matas mulheres, matas crianças e ainda queres o paraíso e gajos a estrear só pra ti? Virgem espero que sejas tu do recto! Olha, vai andando para o quarto e põe-te a jeito, que eu já lá vou ter contigo! Primeiro, tenho aqui o teu homónimo, também “da Costa”, mas este é Pinto e está primeiro que tu!
Moral da História: Acima de tudo, deve haver “fair-play”.